O cotovelo encostado no balcão do bar. Sobre o punho cerrado, pendia a cabeça hamletiana. O equilíbrio precário do pensador.
Dentro da carteira, algumas moedas. Aos vinte, isso não o impediria de lutar. Aos quarenta, era inútil.
A bolha martela, o mundo pulsa. O bonde da história passa, e com ele seu circo freak.
As crianças são belas. Dito isso, precisam ser alimentadas. Pelo Estado. O pai opressor.
Ele pensa em espremer o copo de scotch, até ele se quebrar em pequenos fragmentos incolores e inflamáveis com aroma chestertoniano.
Moça elegante, moça educada. Mas excedeu-se de suas qualidades, Vitimizou-se. Parece que todas as moças elegantes e educadas são intragáveis.
Ele é oposição. Simples.
Não há espaço. O grito do mercado mental é a arte que se derrama em um funk indigente que pede esmola. O Estado reproduz a indigência da família. Grande Serão, veredas.
A família perdeu, o Estado ganhou, essa grande família, feia, suja e malvada. Recebeu o que pediu.
Perdição e noites sujas.
E o que não pediu.
A grande roda da história e seu freak show.
E se tivesse sido um grande advogado, ou o velho sapateiro do Jaçanã. Seria diferente?
Estava sendo curado, enfim, de uma doença a que os grandes sucumbiram?
Como Batman em uma armadilha, Batmam que é um Odisseu moderno, sem Penélope, sensaborão.
Olhou para o copo de whisky e pensou naquela cura do Sinclair, que estava funcionando com ele.
Teria cura? Provável. Nunca antes havia crido possível um homem culto voluntariamente submeter-se a uma lavagem cerebral.
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