13.11.16

A CURA



Se fechei os olhos um instante
E essa voz maldita me tomou,
Essa voz de timbre lancinante
De mal ou de loucura ou de dor.

Essa voz de acorde dissonante
Me pôs a procurar por um doutor,
Mas o doutor, sem cura e sem chance
O jogo de uma alma não jogou.

De alma não entende, ou sacrifício
Mas pílulas, remédios e poções.
De morte e não de vida o seu ofício.

Do cérebro, insalubres convulsões,
Do corpo, chagas decadência e vício.
Fraqueza, tão humana das paixões.

A chuva que lá fora cai constante
Das luzes de Apolo me privou.
Na culpa do pecado delirante
Invoco a presença do Senhor.

Não há como uma alma se levante,
Não há, sem a presença desse amor,
Sem carregar a cruz e ao céu distante
Rogar perdão dos males que provou.

Se a luz deste perdão é tão difícil,
Pelo caminho amplo vão milhões
De almas com brilhantes artifícios.

Se a verdade não acho em poções,
Levanto os meus olhos para Cristo,
Suplico a sua cura em orações.

3 comentários:

Anônimo disse...

A cura só depende de vc...pena que só vc não percebeu isso.

Anônimo disse...

Isso e uma poesia, pessoa abestada.

CANIL BULL TERRIER GLADIADOR disse...

Deus ouviu todas as orações 🙏
Amo você ❤️
Renata Andrade