4.7.16

Síncope



Ele preferia ter desmaiado. Mas foi obrigado a permanecer em vigília, em seu surto despejou toda a dor sobre as garrafas que insistiam em sua inércia abruptamente interrompida a golpes de desespero. Perdão, perdão. Por favor, ele não cometeu o pecado, ou cometeu? Não sabia.

Não era resiliente, não era manso, não era suave, era um bruto daqueles que despejam sobre si mesmos a cólera incontida. Mas palavras são só palavras e cacos de vidro, esses sim cortam como o silício que não expia, mas parece inútil, no entanto, por quê se corta se é inútil?

Perdão, perdão, ele só quer ser perdoado pelos pecados que cometeu e que vai cometer na lassidão de sua vigília. Ontem, hoje e amanhã o humanismo e a imanência não bastam, e por isso sofre, sem síncopes, até ser colhido pela síncope eterna. Assim, pede perdão, porque sabe que nasceu para ser derrotado, e depende da graça que o Sileno não conhecia.

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