15.8.15

VELHO BLUES DE BRANCO

Onde as barbas embranquecem, os cabelos rareiam,
Onde a música envelhece e o malte semeia
A criança cresce, as roupas secam
A planta floresce, o sol sobe e desce

No rejunte do piso do meu quintal.
Nada mal.

E cada idiota que anda pelas ruas
Se acha o tal.

Onde as mulheres se vendem os homens se compram,
Nos laboratórios inovações que despontam,
E o homem idiota, uma caricatura
De si mesmo.

Vovô viu a uva,
Choveu a chuva.

E cada idiota que anda pelas ruas
Se acha o tal. (Nada mais normal)

Eu não uso samba-canção
Nem vivo numa ilusão.
Composto com emoção,
Involuntário numa nação

E depois desta canção
Nada mudou.