31.5.14

SONETO DO IDIOTA



Não soube o que fazer do meu bom ócio
E pus-me a passear na traquitana,
Achando-me a fazer um bom negócio
Em minha natural tendência humana.

E agora, apartada a lida insana
Para ser o que eu sou, lindo beócio,
Bebendo a valer, com a Joana,
Achando dos prazeres ser bom sócio.

Tal Chronos que engolia os seus filhos,
Qual, Falstaff levava nada a sério,
Um idiota que come sucrilhos.

Na estrada que me leva ao cemitério,
Jumento, eu correndo atrás do milho.
Em minha estupidez não há mistério.




Um comentário:

Anônimo disse...

Keslarek ataca de novo, augusto-angélico, riso de ácido nitroso...