2.7.17

VIGÍLIA À LUZ DAS ESTRELAS

Andrômeda acorrentada. Pintura de Edward Poynter (1869).
Andrômeda acorrentada. Edward Pointer (1869)


Lá no céu da madrugada,
No escuro do silêncio,
Uma alma, sem sossego,
As estrelas procurava
Com impaciência, entre nuvens tão pesadas.
Mas, de forma repentina,
Impávida clemência
Se apossou de Júpiter.
As nuvens se afastaram, dando luz à madrugada.
E a abóboda celeste, se abriu, iluminada.

Houve úmida alegria nos olhos,
Na alma entristecida de homem contrito,
E na Via Láctea iluminada
Procurava algum conforto,
Longe, nas estrelas impávidas,
O nome, o rosto, o perfume,
E o sorriso daquela que amava,
Que de forma tola, triste e frívola magoara.
Na noite a bela companhia
Das estrelas agora o consolam.
A alma não se esvazia, alegria é encontrada.

Libra, o equilíbrio lhe enseja
A não abandonar a razão iluminada.
Ursas, irmãs lhe ensinam que à tolice ou sabedoria
Fortuna menor ou maior é dada.
Crater, a bela taça
Do doce vinho compartilhado.
Indus, o misticismo da paixão
Que acrescenta ao Liceu da razão limitada.
Andrômeda, a própria amada,
De quem deseja ser Perseu.