E o que tenho agora?
Livros espalhados pelas prateleiras e compactados em pen-drives.
Meto-me a enfiá-los sob o braço, livros, readers e pen-drives.
Quase todos escritos por mortos, editados por mortos, indicados por mortos que parecem compreender o hoje mais do que os que o vivem.
Por quê os mortos seriam melhores conselheiros?
Talvez porque seus interesses neste mundo tenham se esgotado...Sua eloquência e sua experiência superam as demais, fazendo-os póstumos.
Suas verdades inermes esperam um sopro sobre a poeira, abrindo universos de realidades verossímeis.
Mas o espírito, ah, este precisa ser buscado com laço, pois sem o espírito não passarão de papéis empoeirados e brinquedos tecnológicos.
O espírito, nem os melhores criadores poderão produzir máquinas de criptogramas para decodificá-lo.
Conhece-se, primeiro, a solidão. A máquina de decodificar espíritos.
Apenas sobreviver parece um jogo de azar.
Agora que é um bom espião, o Granda Nada quer uma bonita beca. Que lhe sirva de mortalha.
Um comentário:
Vou lhe presentear com o Santo Sudário. Afinal, o sangue de Cristo tem poder. Você é um buraco negro em forma de gente. Urgente, volte pras árvores.
Seu fã que te espera no Hades.
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