7.4.14

O GRANDE NADA QUER UMA BELA BECA

E o que tenho agora?

Livros espalhados pelas prateleiras e compactados em pen-drives.

Meto-me a enfiá-los sob o braço, livros, readers e pen-drives.

Quase todos escritos por mortos, editados por mortos, indicados por mortos que parecem compreender o hoje mais do que os que o vivem.

Por quê os mortos seriam melhores conselheiros?

Talvez porque seus interesses neste mundo tenham se esgotado...Sua eloquência e sua experiência superam as demais, fazendo-os póstumos.

Suas verdades inermes esperam um sopro sobre a poeira, abrindo universos de realidades verossímeis.

Mas o espírito, ah, este precisa ser buscado com laço, pois sem o espírito não passarão de papéis empoeirados e brinquedos tecnológicos.

O espírito, nem os melhores criadores poderão produzir máquinas de criptogramas para decodificá-lo.

Conhece-se, primeiro, a solidão. A máquina de decodificar espíritos.

Apenas sobreviver parece um jogo de azar.

Agora que é um bom espião, o Granda Nada quer uma bonita beca. Que lhe sirva de mortalha.

Um comentário:

Anônimo disse...

Vou lhe presentear com o Santo Sudário. Afinal, o sangue de Cristo tem poder. Você é um buraco negro em forma de gente. Urgente, volte pras árvores.
Seu fã que te espera no Hades.