2.4.14
APAGUEI O CIGARRO
"Sincero, sempre em cada um dos 'nossos' instantes."
Apaguei o cigarro.
Quis entender essa sinceridade como abrir a boca e sair por aí falando tudo o que penso.
Mas contenho-me perante o diálogo dos sábios, tanto quanto o possa.
Acendi outro cigarro.
Sincero não como a alma difusa da multidão.
Sincero como olhar no espelho.
Sincero como um momento de solidão e uma tragada no Marlboro paraguaio do espírito. Eu, e Philip Morris.
'Um dia, todo mundo Morris", e ri da minha própria piada infame. "Até Philip Morris". E pus-me a gargalhar, sozinho.
Cigarros Del Este.
Tabesa.
Vou morar no Paraguai.
Afinal, sou o Stephen King paraguaio, da Philip Morris.
"Seguro, Morris de velho". Já não me parece tão engraçado.
O inglês é o alemão com menos letras.
"Cada um de nossos instantes".
O filósofo também é poeta. Em geral, mais que um poeta.
Quanto mais belo o espírito, menos admiradores.
Incompreensivos.
Quando vejo admiradores que não compreendem, me admiro comigo mesmo.
"Alguns nascem póstumos". Admirável.
Intangível o ver com o professar a visão.
Ai, o cigarro queimou meu dedo. Acendi outro. Fumo. Sou Esteves, preciso da Tabacaria. Ela é minha, ela é minha.
Sou o Esteves.
Sem metafísica.
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