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Não
podeis dizer
Que viva
eu com folga
Às
margens do Tietê,
Não do
Sena, nem do Volga.
Nessa
Brasilíada
Talvez
haja heróis a cantar,
Mas avulta
a primazia
Das
verdades testemunhar.
Que
conquistas são chacinas:
Não vamos
embelezar.
Com arma,
e-mail e caneta
Muito se
pode matar.
A miséria
está no bruto,
A se
proliferar;
A miséria
e também o bruto,
Embaixo do
viaduto,
Nas
favelas, nas biqueiras,
Nos
escritórios também;
Nos fóruns
acarpetados,
Nas
plataformas de trem.
Nas
mansões bem equipadas,
Nos carros
blindados tão bem,
Todos
miseráveis, achando-se amáveis,
Achando valer o que têm.
Derramam-se
aos milhares,
Ganhando
um, vinte mil, um milhão,
Ou não.
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