Talvez, mas sempre a questão do gosto, temperada pela metafísica da morte. Nosso conhecimento com a morte é como o esquecimento, como o conhecimento do esquecimento: por negatividade. Não é direto, imediato, não passa do contato superficial que temos com a morte, com aquilo que acreditamos ser os "mortos", que é, antes de tudo, moralizado, com todas as suas chocantes contradições, e acima de tudo, bem vivo, em oposição, o que deixa a razão histérica. Já o esquecimento é o fenômeno em negativo por excelência, como a vaga lembrança de apenas supor-se o próprio nascimento, com o que temos deste tão somente indícios.
Talvez, uma definição de algo como "gosto" nada tenha com a escolástica e seus edifícios ortodoxos. A veleidade das mutações nos faz elevar os olhos para o oceano, em todas as suas direções e desmembramentos, voamos com asas de condor até a foz do Meles, até a Jônia, e vemos, ainda, diante de nós, a cabeça de Orfeu flutuando como uma nota de dez.
Abraçamos mil vezes o destino e mil vezes o refutamos. Faltou-nos coragem? Faltou-nos maior graça e mais leveza nos movimentos? Faltou-nos a malícia e o jogo de cintura do samba? O redemoinho da mediocridade é embaraçoso, mas então não queríamos braços fortes para o nado, e pernas robustecidas para um objetivo qualquer?
Recolham-se as migalhas que caem da mesa! O espetáculo do gosto ficará para os sucessores legítimos da humanidade, que eu não citarei, mais por uma questão de gosto.
27.6.05
13.6.05
NIETZSCHE
A maturidade do homem consiste em ter reencontrado a seriedade que em criança se colocava nos jogos.
***
Uma coisa explicada deixa de interessar. - O que queria dizer o Deus que sugeriu: "conhece a ti mesmo"? Talvez quisesse dizer: "deixa de interessar-te por ti mesmo! torna-te objetivo"! - Sócrates? e o "homem científico"?
***
Somos mais desontestos para com Deus: pretendemos que ele não possa nem deva pecar.
***
O amor por um único ser é uma barbárie: porque acontece em detrimento de todos os outros seres.
***
Uma coisa explicada deixa de interessar. - O que queria dizer o Deus que sugeriu: "conhece a ti mesmo"? Talvez quisesse dizer: "deixa de interessar-te por ti mesmo! torna-te objetivo"! - Sócrates? e o "homem científico"?
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Somos mais desontestos para com Deus: pretendemos que ele não possa nem deva pecar.
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O amor por um único ser é uma barbárie: porque acontece em detrimento de todos os outros seres.
8.6.05
POSTREAL INC.
A nova forma literária cyberclássica engatinha suas abstrações binárias, também no endereço "POSTREAL INC.", de um camarada que se apresenta como "Faustrollmachine". À parte os cadáveres literários que por aí se exumam como "literatura", um frescor imponente de uma nova e genial anti-literatura. É o nosso primeiro link, que recomendamos.
FÁBULAS DO GRANDE NADA
I - FÁBULAS DO GRANDE NADA, O FAUSTO CIBERCLÁSSICO
Aqui, nas alturas gélidas, nos cumes do pensamento, anda aturdido e apressado o efêmero homem.
Ah, mente, coroa da abstração: mente do pensante.
Serás privilégio de poucos ou pura prestidigitação?
Pensa na morte, mas sem mérbida motivação.
Não é do ócio que vive esse homem, nesse momento da história, se é que há história.
As fábulas desse grande que deseja nada
Ou desse nada que deseja grande,
Percorrerão os quatro cantos e um dia o mundo tornará a ser mundo, quando todas as partículas do ser desintegrado zombarão da sabedoria e seu leito de Procustro.
Assim, enquanto homem, só pode fazer coisas de homem.
E o Grande Nada e sua ferramenta pensante entram pelo ânus da sabedoria...
Grande Nada maldito!
Se é que existem malditos...
Desliza a mente do Grande Nada pelo escorregador da história;
Com tapas nas orelhas dos momentos ele se diverte um pouco.
Blasfema de Deus porque o ama.
Pensará nEle quando seu corpo desmanchar.
Deus é pensamento puro.
Mas agora desce mais esse infame
Querendo se fazer poeta.
Um passo, uma parada
.
II - BUDA PRECISA FUMAR UM CIGARRO.
O GRANDE NADA, JÁ DE ORDINÁRIO, DIANTE DO MUNDO. O SOL BRILHA E OFUSCA SUA VISTA.
- Ah, toda essa loucura!
Morta é a poesia
Eu a sepulto!
Não nego minha missão.
O Grande Nada.
Programa da Matrix exterminando o futuro.
De ordináruio na sessão plenária,
Trinta mil para a comissão do Grande Nada - refúgio encontrará nos alpes tranqüilos do pensamento puro.
Mas entender o mundo vale pouco em comissão.
E o pensamento se pensa sob viadutos e em vagões de trens.
E ao fim, pensar nada está valendo.
E nem os canibais caçadores de cabeça
Preocupam-se com o nível mental que você anda por aí usando.
Aqui, nas alturas gélidas, nos cumes do pensamento, anda aturdido e apressado o efêmero homem.
Ah, mente, coroa da abstração: mente do pensante.
Serás privilégio de poucos ou pura prestidigitação?
Pensa na morte, mas sem mérbida motivação.
Não é do ócio que vive esse homem, nesse momento da história, se é que há história.
As fábulas desse grande que deseja nada
Ou desse nada que deseja grande,
Percorrerão os quatro cantos e um dia o mundo tornará a ser mundo, quando todas as partículas do ser desintegrado zombarão da sabedoria e seu leito de Procustro.
Assim, enquanto homem, só pode fazer coisas de homem.
E o Grande Nada e sua ferramenta pensante entram pelo ânus da sabedoria...
Grande Nada maldito!
Se é que existem malditos...
Desliza a mente do Grande Nada pelo escorregador da história;
Com tapas nas orelhas dos momentos ele se diverte um pouco.
Blasfema de Deus porque o ama.
Pensará nEle quando seu corpo desmanchar.
Deus é pensamento puro.
Mas agora desce mais esse infame
Querendo se fazer poeta.
Um passo, uma parada
.
II - BUDA PRECISA FUMAR UM CIGARRO.
O GRANDE NADA, JÁ DE ORDINÁRIO, DIANTE DO MUNDO. O SOL BRILHA E OFUSCA SUA VISTA.
- Ah, toda essa loucura!
Morta é a poesia
Eu a sepulto!
Não nego minha missão.
O Grande Nada.
Programa da Matrix exterminando o futuro.
De ordináruio na sessão plenária,
Trinta mil para a comissão do Grande Nada - refúgio encontrará nos alpes tranqüilos do pensamento puro.
Mas entender o mundo vale pouco em comissão.
E o pensamento se pensa sob viadutos e em vagões de trens.
E ao fim, pensar nada está valendo.
E nem os canibais caçadores de cabeça
Preocupam-se com o nível mental que você anda por aí usando.
Vincent Van Gogh
"Seria portanto um mal-entendido se você persistisse em acreditar que, por exemplo, agora eu seria menos caloroso por Rebrandt ou Millet ou Delacroix ou quem quer que fosse, pois acontece justo o contrário, apenas, veja você, há várias coisas em que acreditar e amar, e há algo de Rembrandt em Shakespeare, e de Corrège em Michelet, e de Delacroix em Victor Hugo e ainda há algo de Rembrandt no Evangelho e algo do Evangelho em Rembrandt, como queira, isto dá mais ou menos na mesma, desde que se entenda a coisa como bom entendedor, sem querer desviá-la para o mau sentido e se levarmos em conta os termos da comparação, que não tem a pretensão de diminuir os méritos das personalidades originais. E em Bunyan há algo de Maris ou de Millet e em Beecher Stowe há algo de Ary Scheffer".
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