24.5.14

PEQUENA VERDADE ESTÚPIDA





"Se o chão se abriu sob os seus pés".
Ficou louco. Não importa em que você acredita.
Quando acabou a cocaína, de repente, ela tinha mais.
Ela ficou desconcertada quando ele começou a chorar em um canto da cama.
Ele olhou pela janela, como se pudesse o mundo retornar à sua vida, cotidiano.
Mas já não era o mesmo, como não fora o mesmo um segundo atrás, e no segundo anterior,
Em sequências de eternidades de um segundo
Em que se passaram vinte anos.
Estupidamente abriu um livro e apenas olhava as palavras que eram tinta no papel,
E o papel era macio e a tinta havia secado como seu coração.
E ela se levantou e foi embora,
E se passaram vinte anos.
Qual era o nome dela, ninguém sabe.
Poderia ser qualquer nome e ele nem se lembrava de seu rosto.
Apenas do cheiro do papel do livro cujo nome não se lembrava, sequer o lera,
E nunca soube o que nele estava escrito.
E isso também era verdade.

Um comentário:

Clarice disse...

Keslarek, por quê me faz chorar? Não te vejo há sete anos.