29.11.15

O VALOR DA IRRELEVÂNCIA, OU: O alemão ficou louco. Drummond não.


Coloquei os CDs para tocar. Nessa época ainda haviam.

Algumas vozes arranhavam os ouvidos como motosserras melódicas. Outras soavam leves como o pó da fada Sininho.

O mundo já errava pós-moderno.

Parece que foi nos anos noventa que o povo desistiu de desistir, porque quem não desistira de desistir já tinha morrido com Jim Jones.

Agora os jovens talvez tentem ser mais inteligentes do que os velhos, seus pais, e do que as crianças, pais dos homens.

Não me interpretem mal, não me interpretem.

Eu quis ser um homem doce como um Halls de cereja, não um galeto no frigorífico.

Mas isso são metafísicas, e um Karamazov alemão de bigodes disse que as metafísicas não existem.

Tudo bem. O alemão ficou louco. Drummond não.

Na minha irrelevância, Deus vê. Eu me persigno, contrito.

Assim deve ser.

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