23.11.15

SULTÃO SEM SWING


Estava então em um looping perfeito.
Nada perfeito.
Seria então eu doente ao ver que tudo se perfaz da forma mais difícil?
Por quê não aceitar que as coisas são exatamente assim?
Por quê caminhar então pelas cordas bambas, sem a alegria do artista?
Seria doença aquilo apenas por havê-lo assim ditado um homem morto, como todos os homens mortos?
Fui tantas vezes da Califórnia ao México buscar drogas com homens doentes, embora fossem eles também doces e amargurados?
Voltar e voltar e voltar a mim mesmo, mas isso não é imanência é apenas vício.
Porque Jesus e Maria sempre estavam me salvando com amor de pai e de mãe e de filho e do Espírito se pudesse me perdoar?
E que no máximo sem ritmo e apenas por odiar o ritmo por ser eu o ritmo e às vezes querer fugir dele?
Mas estou pondo no rádio sempre a mesma música, e não é um soneto, mas é.
Não foi então por falta de esforço que permaneci na mesma posição.
E que desde a infância me encantava com aquele sorriso dizendo "isso não é o que chamam 'rock and roll'".
Eu sou o sultão, sem swing.

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