5.11.14

CINGAPURA. NÃO.


"Para quem não vive sem uma goma de mascar e acha que pode 'driblar' a lei e jogar o chiclete no chão, câmeras de vigilância 'entregam' os infratores à polícia. São praticamente duas a cada cem metros, espalhadas por postes, sinais de trânsito e fachadas de lojas. 'Não há privacidade em Cingapura, esse é o lado ruim daqui. No entanto, a cidade é limpa, não há sujeira, violência ou pobreza', lembra Robbie Ho. Outro hábito comum no Brasil e que pode literalmente custar caro em Cingapura é o de fumar. Na verdade, não há problema em dar tragadas em público. O problema é oferecer um cigarro a um colega. 'As pessoas podem te pedir cigarros, mas jamais ofereça. Se for pego, você terá de pagar US$ 200 (cerca de R$ 320) em multa', diz o motorista, que dirige um luxuoso carro com um bibelô de Buda, adornado com uma pena de pavão no painel. 'É para oferecer harmonia aos passageiros que transporto.'"

Fechou o laptop, em que lia as notícias do portal da terra. Estava saturado de notícias. Não sem lembrar que 'não há privacidade em Cingapura'. Não tinha o hábito de mascar chiclete e jamais oferecera cigarros a ninguém, no Brasil mesmo. Discou, digitando os números, para o agente que o convidara a trabalhar em Cingapura, para recusar o convite.

Não tinha medo de ser preso.

O problema era a privacidade.

Lembrou-se de Orwell. Arrepiou-se.

Cingapura, não.

Nenhum comentário: