25.2.15

RISO ABERTO


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Eu falava rápido, emanando indignação.

A mulher, apenas ria, abertamente.

Seu riso me fez calar. Entendi que ela não ria das razões que eu expunha, posto que eram senso comum entre a lógica, os fatos, a intuição e todas as premissas verdadeiras. Ela me compreendia, e ainda assim, ria.

Mas seu riso era tão gostoso que logo fez desmoronar não a minha convicção, mas a própria capacidade de expressar minha convicção.

Pus-me a rir com ela. Seu riso convidou-me e deitei em seu colo.

Senti falta dos dias frios e da lareira e do aconchego calmo e macio daquele colo de mulher madura.

O vento soprou pelo vão da janela e na verdade.

A mulher se havia retirado, e eu talvez conhecesse a guerra antes de sentir seu colo perfumado.

2 comentários:

Unknown disse...

Adorei

Unknown disse...

Adorei