14.8.14

ALGUM SILÊNCIO



Silêncio, silêncio,
Em meio a tanto barulho do nada.
Eu quero falar.
Quer falar uma mente atabalhoada.

Mas eu quero falar sem romper o silêncio.
Impossível? Quem há de asseverar? Não sei se consigo.

Acho mentira que possa calar falando,
e, tanto falando, acho que nunca se acaba calando.

Mas acho apenas que acho, em meio a tanto barulho do nada: certezas.
Eu preferiria Terezas, se tantas certezas não tivessem.
Andam falando muitas Terezas.

Dentre elas, eu,
Tereza sem convicção,
Cujo coração um pouco cresceu,
Talvez na empolgação
De alguma infecção.

Ao falar, tão poltrão,
Espero economizar
Alguma convicção.

Disso me fica a lição:
Se eu não conseguir calar
Que me saiba, ao menos, poltrão.

Nenhum comentário: