4.5.14

O GRANDE NADA E A GRAÇA: É DE GRAÇA

Não é por não se ser ninguém que não se tem testemunho válido. Talvez pelo contrário. Apenas uma opinião pode validar um testemunho: a opinião da verdade.

Tanto me faz morrer no ostracismo.

Que acham, os homens mortos que hoje são tão celebrados pelos idiotas, acerca dessa celebração? Que acham Nietzsche, Van Gogh, Fernando Pessoa? Que acha Rimbaud?

Já não falo aqui de pessoas como Goethe e Voltaire, célebres em vida, falo aqui desse Grande Ninguém, que caminha para lugar nenhum. Esse homem que se queda perplexo ante incultas produções da mocidade, uma vez que o mundo é feito de jovens, por conseguinte, de idiotas.

Homens que gritam verdades a ouvidos moucos, nem os séculos os conseguem fazer entendidos por crianças incultas. Malversados na boca de idiotas, têm seus nomes achincalhados por imbecilidades exatamente ditas em seu nome.

"Muitos virão usando o meu nome e dizendo: 'sou eu'", já era a frase do próprio nazareno.

E Sócrates nada sabia, e esse não era seu orgulho, mas sua verdade.

Milhares de anos gritando verdades ao alcance do ouvido mais surdo, e retardados falam em seis ou sete línguas, com as árvores!

Oh verdade, que precisou para que se escancarasse tua prostituição em mãos de proxenetas tão baratos?

Eu vos digo o que sei: eu sou o Grande Ninguém. Graças a Deus.

Um comentário:

Gracita disse...
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