11.5.14

O LUGAR COMUM






O destino do poeta é a merda.
Pensamentos sublimes  se acabam em pombos.
Pior para quem acha que a verdade herda.
Na merda dos pombos está seu desassombro.

Olhaste ao redor, imbecil esperança?
Olhaste ao redor, imbecil desencanto?
Olhaste com tez de espantada criança
Violada no encanto, por quê choras tanto?

Mereço algum vão, algum vil soneto?
Mereço cantar algum pagão canto?
Não brigues, eu me calo, prometo.

Nas sílabas erro, me desencanto.
Nas sílabas, besta que sou, eu me meto.
Eu não sou poeta, no entanto.

A estátua do poeta, pequena cagarra.

Nenhum comentário: